sexta-feira, 22 de julho de 2011

COM UMA RECEITA DE 21 MILHÕES POR EXAME, QUEM DISSE QUE A OAB VAI ABRIR MÃO DO EXAME DE ORDEM???

O deputado Domingos Dutra (PT-MA), que solicitou a realização de reunião para discutir a obrigatoriedade dos exames de ordem na Câmara dos Deputados, disse que não considera justo punir somente os estudantes pela falta de qualidade dos cursos de Direito no País. “Não é justo as pessoas se submeterem a um teste como o vestibular, passar cinco anos na universidade e, no final, não se transformar em advogados”, disse Dutra.
O deputado Vicentinho (PT-SP), que é formado em direito, mas não fez o Exame da OAB, acha que os estudantes deveriam ser melhor avaliados todo ano durante a sua formação, sem a necessidade de uma prova extra ao final. “Será que Rui Barbosa passaria no Exame de Ordem?”, questionou Vicentinho, lembrando o famoso jurista da primeira metade do século XX.
"Em entrevista ao G1, o desembargador Sylvio Capanema disse que não conseguiria passar na prova"

São realizadas três edições do exame por ano, cada uma com duas fases. A taxa de inscrição para cada edição é de R$ 200. A prova é organizada pela Fundação Getulio Vargas. A edição mais recente, a 2010.3, teve 104 mil inscritos na primeira fase, composta por 100 questões de múltipla escolha, e só 26% dos candidatos passaram para a segunda fase, que teve perguntas com respostas dissertativas.
Por outro lado, em março, a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propunha considerar o diploma de curso superior como comprovante da qualificação profissional e extinguiria o Exame de Ordem.
Na defesa da importância da prova, o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, disse que o maior problema é a baixa qualidade do ensino jurídico no país. “Cerca de 70% dos alunos formados por universidades públicas e particulares de boa qualidade passam no exame. O problema são as faculdades ruins, de fundo de quintal", disse Cavalcante. Hoje, segundo ele, há 1,3 milhão de bacharéis em direito no país sem inscrição na OAB. E apenas 700 mil profissionais aptos a advogar. O Ministério da Educação registra 1.164 cursos superiores de direito no país.
* Com informações da Agência Câmara