quinta-feira, 24 de abril de 2014


Quase tudo nos remete à corrida presidencial em curso. À primeira vista, o governo da presidente Dilma se esmera para manter as principais variáveis macroeconômicas sob controle, pelo menos até o limiar das eleições.
Se conseguir fazer isso (e efetivamente tem alguns mecanismos para tal), pode ser reeleita em primeiro turno. Afinal, a grande massa votante não tem rápida percepção da situação do país, sentida apenas quando dói no bolso, e isso demora um pouco.
Eleita em primeiro turno ou em segundo, terá que proceder mudanças urgentes na política econômica se quiser manter rumo positivo para a economia.
Terá, por exemplo, que liberar preços administrados, conter gastos de custeio desmobilizando a máquina do estado e readquirir a confiança dos empresários locais e estrangeiros para que os investimentos retornem ao país.
Terá ainda que ampliar estímulos para a infraestrutura e aumento da produtividade e elevar a participação dos investimentos em relação ao PIB (hoje em 18%) para acelerar o crescimento dos próximos anos. Quanto mais tempo demorar para fazer isso, maior a dose do remédio necessário para colocar a economia nos eixos.
Ganhando a oposição, esta terá que rapidamente fazer os mesmos ajustes na economia, desmobilizar a mega máquina administrativa petista incrustada em todas as hostes, promover elevado corte de gastos e começar a ocupação dos espaços em estrutura mais enxuta, começando pela redução da quantidade de ministérios.
O não compromisso com posturas do governo passado facilitaria os ajustes e teria como maior virtude atrair com maior facilidade o escaldado empresariado local e internacional.
Ganhe quem ganhe as próximas eleições, os ajustes teriam que ocorrer de forma forte, com duros efeitos sobre a inflação, emprego (num primeiro estágio) e renda das famílias.
Alguns programas sociais teriam que ser interrompidos ou temporariamente suspensos para avaliação e a sociedade teria que ser corretamente informada sobre tudo isso, para se conseguir maior aderência às diretrizes impopulares.
Por tudo isso, queremos dizer que o restante de 2014 e pelo menos o início de 2015 conterão meses muitos difíceis e certamente de volatilidade para os mercados de risco.
Daí redunda a necessidade de investimentos conscientes ao longo dos próximos meses, mas intuímos que há espaço para aplicações mais agressivas, até por que os preços ainda seguem achatados e com ineficiência na sua formação.