Quase tudo nos remete à corrida
presidencial em curso. À primeira vista, o governo da presidente Dilma se
esmera para manter as principais variáveis macroeconômicas sob controle, pelo
menos até o limiar das eleições.
Se conseguir fazer isso (e
efetivamente tem alguns mecanismos para tal), pode ser reeleita em primeiro
turno. Afinal, a grande massa votante não tem rápida percepção da situação do
país, sentida apenas quando dói no bolso, e isso demora um pouco.
Eleita em primeiro turno ou em
segundo, terá que proceder mudanças urgentes na política econômica se quiser
manter rumo positivo para a economia.
Terá, por exemplo, que liberar
preços administrados, conter gastos de custeio desmobilizando a máquina do
estado e readquirir a confiança dos empresários locais e estrangeiros para que
os investimentos retornem ao país.
Terá ainda que ampliar
estímulos para a infraestrutura e aumento da produtividade e elevar a
participação dos investimentos em relação ao PIB (hoje em 18%) para acelerar o
crescimento dos próximos anos. Quanto mais tempo demorar para fazer isso, maior
a dose do remédio necessário para colocar a economia nos eixos.
Ganhando a oposição, esta terá
que rapidamente fazer os mesmos ajustes na economia, desmobilizar a mega
máquina administrativa petista incrustada em todas as hostes, promover elevado
corte de gastos e começar a ocupação dos espaços em estrutura mais enxuta,
começando pela redução da quantidade de ministérios.
O não compromisso com posturas
do governo passado facilitaria os ajustes e teria como maior virtude atrair com
maior facilidade o escaldado empresariado local e internacional.
Ganhe quem ganhe as próximas
eleições, os ajustes teriam que ocorrer de forma forte, com duros efeitos sobre
a inflação, emprego (num primeiro estágio) e renda das famílias.
Alguns programas sociais teriam
que ser interrompidos ou temporariamente suspensos para avaliação e a sociedade
teria que ser corretamente informada sobre tudo isso, para se conseguir maior
aderência às diretrizes impopulares.
Por tudo isso, queremos dizer
que o restante de 2014 e pelo menos o início de 2015 conterão meses muitos
difíceis e certamente de volatilidade para os mercados de risco.
Daí redunda a necessidade de investimentos conscientes ao longo dos
próximos meses, mas intuímos que há espaço para aplicações mais agressivas, até
por que os preços ainda seguem achatados e com ineficiência na sua formação.