quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Já pensou seu produto ganhar tração antes mesmo de ser produzido?




Em fevereiro desse ano, um e-mail apareceu na minha caixa de entrada e chamou minha atenção. O título deve ter sido tirado do “guia Apple para lançamento de produtos”, porque dizia: “A Pebble tem algo especial amanhã. Seja o primeiro a ver!”.

A Pebble ganhou uma fama meteórica depois de arrecadar US$10 milhões de 69 mil pessoas na plataforma de crowdfunding Kickstater com seu primeiro produto (o relógio Pebble Watch). E lá vinha ela de novo com outro produto.

No dia seguinte, o Pebble Time, mais novo relógio “smart” da empresa, entrou no Kickstarter buscando aventureiros e clientes fiéis que arriscassem seu dinheiro na pré-venda.

Em apenas 49 minutos, o projeto da Pebble atingiu a marca recorde de US$1 milhão arrecadados em menor tempo. Nas 48 horas que se seguiram, o total subiu para mais de US$10 milhões em produtos pré-vendidos para aproximadamente 48 mil clientes.

Mais ou menos ao mesmo tempo do lançamento da Pebble, Mike Chen, um empreendedor de São Francisco, EUA, teve uma ideia: por que não oferecer um serviço rudimentar que permitisse pedir rapidamente qualquer coisa que você queira – não importa o quão aleatório seja – por mensagem de texto?

Entrega de pizza? Fácil. Uma bicicleta nova? Claro. Chen viu essa ideia como algo que ele sempre quis para fazer sua própria vida mais fácil. Chen criou um site simples e batizou o serviço de Magic.

Ele compartilhou com alguns amigos que foram ágeis em fazer seus testes e passar a novidade adiante. No fim de semana, o serviço bombou. Segunda-feira de manhã, Chen teve que recrutar 18 amigos e membros da sua família para ajudar a administrar a enxurrada de mais de 18 mil pedidos.

Tanto Pebble quanto Magic ganharam tração em segundos. Cada um de nós tem desafios parecidos quanto a ganhar no mercado e ter aquele gosto de sucesso e propósito quando clientes reais validam que aquilo em que trabalhamos tanto realmente se espalha e agrega valor. Mas o que acontece na realidade é que, por vários motivos, cerca de 75% dos produtos não têm receita significativa no primeiro ano.

As duas histórias acima, no entanto, dão uma luz sobre novas formas de trapacear no tradicional ciclo de desenvolvimento de um produto ou serviço.

Afinal, não são muitas as empresas, grandes ou pequenas, que rejeitariam US$10 milhões de pré-venda em um produto antes mesmo de ter uma só pessoa trabalhando em produzi-lo.