Crédito de Carbono e Plantação de
Seringueira - um bom negócio
Seringueira contribui para redução do efeito estufa
Seringueira contribui para redução do efeito estufa
Reflorestando com Seringueiras
Parte 01
O que é Crédito de Carbono? É um comércio resultante de
acordos internacionais, onde os países mais poluidores do mundo enviam dinheiro
a outros países que se comprometem a manter a floresta intacta. E,
assim, garantir oxigênio a todo planeta. Ou seja, os poluidores também
"garantem", dessa forma, o "direito" de continuar poluindo.
Suas fábricas e usinas continuam emitindo CO2 (dióxido de carbono e, em muitos
casos, o metano in natura, que é ainda mais poluente), enquanto outro,
especialmente os países que possuem reservas naturais (como é o caso do
Brasil), tem a oportunidade de praticar a preservação ambiental.
Só que, a cláusula "manter a
floresta intacta" recebeu alguns ajustes, onde países, estados e
proprietários de terra, se dispõem também a reflorestar áreas
degradadas, melhorando, portanto, locais que já sofreram agressões e
destruições, incluindo a fauna silvestre e várias espécies da flora nativa.
Ocorre que, em meio a
negociações, já foram emitidas certificações de carbono ("Selos")
onde o reflorestamento são apenas plantações de pinus, de eucaliptos, de palmas
e até de capim miscanthus, vegetais que bem pouco oferecem para que fauna e
flora diversificada se restabeleçam. São plantas que não permitem, como é o
caso do pinus, por exemplo, nem uma vegetação rasteira, que dirá árvores de
menor porte, arbustos, bromélias, cipós, etc., componentes naturais de um
ecossistema relevante. Só quando a biodiversidade de estabelece é que poderemos
chamar de "reflorestamento" e "floresta".
No Brasil, o crédito de carbono
ainda não emplacou como se esperava e a razão é uma só: o baixo retorno
financeiro para os agricultores. Um dos órgãos nacionais que apresenta
estratégias que compatibilizem interesses nesse sentido é o Instituto de
Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM - organização que trabalha pelo
desenvolvimento sustentável do bioma. Manter a floresta em pé e reduzir as
mudanças climáticas é o desafio.
Nesse cenário, aparece um novo e
lucrativo negócio: a plantação de seringueiras. Lembram da velha e frondosa
seringueira, que fornece a borracha natural, componente essencial para o
fabrico de pneus e mantas impermeáveis? Pois é, além de garantir o sustento do
seringueiro e sua família, esta árvore, em especial, oferece uma captação de
CO2 bem mais elevada do que muitas outras, garantindo maior reversão do temido
efeito estufa.
Com todo aquele tamanho, vastidão
de galhos, sempre novos troncos e folhas grossas e lindas, a seringueira também
exerce um importante papel ambiental. "Ela contribui significativamente
para a redução do efeito estufa, devido à alta captação de CO2", ressalta
o seringalista José Manoel Monteiro de Castro, representante do Espírito Santo
na Câmara Setorial da Borracha do Mapa.
Um hectare de floresta de
seringueira, capta cerca de 90 toneladas de CO2. Uma significativa redução do
efeito estufa - Foto Balbi
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“São perto de 90 toneladas por
hectare! A seringueira se apresenta adequada para a agricultura de baixo
carbono, é moderna e ambientalmente correta. Trata-se de uma cultura
reflorestadora, favorável à conservação do solo e da água, que serve de abrigo
e alimento para a fauna e a formação de corredores ecológicos, ligando
fragmentos remanescentes da vegetação nativa”, declara José Manoel.
Reflorestamento com
seringueiras - Plantação em larga escala é feita a partir de mudas e pode ser
cultivada em, praticamente, todas as regiões do Brasil
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SERINGUEIRA PODE SER CULTIVADA EM PRATICAMENTE TODO O BRASIL
Agora, o agronegócio volta seus olhos para este cultivo, já que o plantio da árvore, além da extração da borracha natural, garante créditos de carbono. "A seringueira, natural da Região Amazônica, dá bem em quase todo o Brasil, desde o nível do mar até 600m de altitude. Bem melhor do que o cultivo do capim, por exemplo, ou mesmo do pinus, ou da palma, que bem pouco proporcionam de habitat aos animais silvestres.
Além de reflorestar, captar CO2,
diminuir efeito estufa, proporcionar condições para que fauna e flora se
restabeleçam e receber pela "venda" de créditos de carbono, o dono da
terra ainda pode extrair e comercializar a borracha.
Atualmente, a produção nacional
de borracha natural gira em torno de 120 mil toneladas
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Que seja uma ação adotada com sucesso. E que os homens do agronegócio se preocupem, sim, com o reflorestamento e deixem a vegetação crescer e não como em alguns polos reflorestadores, onde o roçar da terra é contante, impedindo que a mata nativa se estabeleça.