segunda-feira, 23 de março de 2015

INOVAÇÃO...!!!
 
Essa é a palavra que se faz sempre presente no calendário de um bom empreendedor. Mas como reinventar seu negócio se ele precisar de uma guinada? Como pensar a partir de problemas, tangibilizando o resultado final? Como entender o momento que sua PME vive? Pensando em ajudar os empreendedores entenderem o momento de vivência de suas empresas e como podem inovar, listei 5 dicas que vão ajudar a desvendar esse mistério.
 
1.Se tem a sua Startup desenhada no Canvas ou valendo através de um protótipo ou MVP (minimum value product), esqueça de sonhar com a capa da revista do mês ou a validação de um grande “gerente” de investidor em um banca de aceleração. É preciso criar algo que tenha um valor real para contribuição na vida das pessoas, jogue fora todas as pesquisas e números que servem para “embasar” o seu Pitch e vá para rua testar e aprender com os usuários adeptos e resistentes. Busque a solução real do problema, empreender significa amor e não dinheiro, se a jornada e evolução do negócio não começar direito, a probabilidade de dar certo é mais baixa. Além disso se por acaso sua namorada busca estabilidade e infelizmente “brincar” de empreender esta saindo caro, entenda que a vida pessoal e profissional nesse caso devem se dar muito bem para o sucesso.
 
2. Já sei que o ambiente corporativo que você trabalha é agressivo e o impacto de um erro, além de caro gera demissões. Em contra partida terceirizar a inovação dificulta a implementação e principalmente o engajamento de quem não participa. A maioria das organizações tenta reduzir a probabilidade das falhas, o que as leva a fazer escolhas mais seguras, sistematicamente impedindo com que sejam inovadoras.
 
3. Se é empreendedor e a desculpa verdadeira de que não tem tempo para pensar em outra coisa a não ser fazer o negócio acontecer, é o que pode adiar mas não evitar, o fracasso futuro. Empreender hoje no Brasil com as dificuldades micro e macro econômicas além das sociais já é realidade. Ao invés de reclamar no elevador e torcer para que o telefone toque com um cliente novo, peça ajuda para exercitar o que no auto conhecimento chamamos de Eu Observador, um olhar de fora dos problemas. A visão sistêmica é vital para a sobrevivência de mercados tão canibais, baseados em modelos comerciais de promoções e soluções incrementais, ou seja, não foque apenas aonde vem o dinheiro. Além disso, em mercados de muita concorrência inovar pode ser mais fácil do que em algo que não ainda existe, mas lembre-se que certamente não será porque é mais fácil que será melhor e dará mais resultado.
 
4. Se trabalha em um ambiente arquitetonicamente criativo, mas que no fundo corre atrás do rabo, as vezes pode ser interessante ao invés de julgar os sócios e donos, trazer um novo olhar. Nem sempre as mudanças vem de cima para baixo, a inércia e a zona de conforto da rotina sistematizada pelo salário fixo e estável que entra na conta todo mês, pode ser quebrada pela visão de quem está na operação e trás um novo olhar que também pode ser estratégico, de quem vive os problemas no dia a dia de forma diferente de um líder, ou seja, complementar. Inovar não depende de rótulo, especializações, qualificações e muito menos posição corporativa. Basta querer e mobilizar agentes transformadores e contribuir para a mudança. Se não deu certo, troca, mesmo se a vaga não estiver aberta, todo dono de negócio sonha, precisa e procura alguém pró ativo e com visão de intraempreendedora.
 
5. Se não sabe por onde começar e não se encaixa em nada explorado nos pontos acima, olhe pra dentro. Ou melhor, sinta a essência por trás de todas as coisas que fazem seu coração bater mais forte, comece experimentando as oportunidades que estão no presente e viva intensamente todos os momentos que seu agora podem te proporcionar. Piscou, passou. A verdadeira inovação vem do aprendizado prático, estimulado pela visão sistêmica do universo do problema e da vontade de querer fazer algo que tenha real significado para você, em primeiro lugar.
 
*Artigo por Aziz Camali, sócio fundador da DZN.

Uma empresa vive de resultado e não de vendas

 

 
Os empreendedores em geral dedicam atenção especial ao processo principal da empresa, concentrando-se em prestar um bom serviço a seus clientes e assim conseguindo melhores vendas.
Apesar de fazerem o melhor na atividade principal o mesmo não acontece quando se trata das atividades de apoio administrativo. Por exemplo, em uma empresa de pequeno ou médio porte, são pouquíssimas vezes que encontramos um processo de apuração de resultado feito por meio de técnicas apropriada de apuração de lucro.
 
Com isto, vislumbramos algumas vezes empresas lucrativas com dificuldade financeira, e também, empresas aumentando suas vendas porém diminuindo o seu lucro, ou seja, “ganhando menos com vendas maiores”, o pior dos mundos.
 
Isso parece um contra senso, contudo é mais comum do que podemos imaginar. As vezes concentramos todos os esforços para aumentar vendas como: aumento dos descontos, investimentos em propaganda, ações de marketing, mais vendedores, maiores volumes de compras para conseguir descontos com os fornecedores, elevando assim os gastos a um patamar tão alto que, mesmo com um volume maior de venda, o resultado diminui.
 
A partir desta constatação, o que presenciamos são os seguintes comentários: “Algo de errado está acontecendo!! Não é possível!! Onde está o dinheiro?!” Isso são sinais reais da falta de uma prática de gestão financeira, e principalmente de apuração de resultado.

Solucionando o problema

A solução para esse problema está na implantação de uma gestão financeira de qualidade, no qual passa pela avaliação da estrutura; treinamento da equipe; uso de software específico que facilite o processo de apuração de resultado; tudo isso, rigorosamente apoiado nas melhores práticas de gestão financeira.
 
Não devemos cometer um erro primário achando que gestão financeira se faz com um simples controle de receita e despesa. Uma gestão financeira de qualidade irá demandar uma disciplina financeira apoiada em técnica.
 
Portanto o empresário deve fazer uma averiguação na qualidade de sua gestão financeira, a fim de agir, se necessário, na melhoria da gestão financeira. Ele assim poderá acabar com o sentimento de que há alguma coisa errada nas finanças da empresa...
 
Então "profissionalize-se".... Gestão "meia-boca" é mesmo que "sem gestão alguma"...
Conheça nossa lista com as melhores opções de negócios em 2015
Confira a lista com as melhores opções de negócios em 2015

Melhores opções de negócios em 2015

Fizemos um levantamento das melhores opções de negócios em 2015 e elaboramos uma lista de sugestões de negócios que você pode montar com maior potencial de crescimento no próximo ano.
 
É consenso que este ano será um ano difícil, mas não é por isso que você deve adiar seus planos de montar um negócio próprio e conquistar sua independência.
 
A economia pode até desacelerar um pouco, mas não vai parar e nem o mundo vai acabar. As pessoas vão continuar comprando e oportunidades de negócios continuarão surgindo.
Confira a nossa lista das melhores opções de negócios em 2015 e escolha a área com a qual você tem mais afinidade e acredita que tenha mais chances de crescer. Depois disso, é só arregaçar as mangas, planejar seu negócio e colocar a mão na massa!

Bares e Lanchonetes

O segmento de bares e restaurantes é um dos que mais cresce no Brasil, e mesmo diante de uma perspectiva de crescimento menor em 2015, esse é o tipo de negócio que, quando bem montado, não tem erro.
Você deve se preocupar com dois pontos que acreditamos serem fundamentais. O primeiro, é escolher um bom ponto comercial para a instalação do negócio, o outro é criar um diferencial que o torne único, e não apenas mais uma lanchonete ou barzinho no meio de muitos outros.
 

Salão de Beleza

O segmento de beleza é outro que não para de crescem nos últimos anos. Com o aumento da renda dos brasileiros, principalmente das brasileiras, as mulheres passaram a gastar mais com seus cuidados pessoais, alavancando o setor
É um setor que não poderia ficar fora da nossa lista de melhores opções de negócios em 2015, inclusive porque é consenso entre os especialistas do mercado, que ainda tem muito espaço para crescer.
 

Salão de Manicure

Outra boa opção de negócio em 2015 são os salões de manicure que seguem no rastro de sucesso dos salões de beleza. Como dissemos anteriormente, o segmento de cuidados pessoais está muito aquecido nos últimos anos e ainda tem chão para crescer.
O caminho para o sucesso na montagem de um salão de manicure é a diferenciação através de um atendimento personalizado e serviços diferenciados. Neste segmento especificamente, você também encontra a opção de franquias de esmalterias.
 

Loja de produtos orgânicos

Existe uma tendência mundial em termos das pessoas buscarem uma alimentação mais saudável e natural, e neste cenário os produtos orgânicos se destacam, por oferecer exatamente uma resposta para este desejo.
No Brasil o segmento de produtos naturais, e em especial os alimentos orgânicos, vem conquistando cada vez mais espaço entre os consumidores, chegando até mesmo a atrair a atenção de grandes redes de supermercados.
 

Food Trucks

A onda dos Food Truks chegou para ficar. Começou em São Paulo, onde os Food Trucks já são uma atração a parte e agora diversas cidades pelo Brasil já estão criando legislação específica para regulamentar a venda de comida em caminhões e pequenos utilitários estacionados nas ruas.
Por ser um negócio que ainda está começando no Brasil, e que por isso mesmo tem ainda muito espaço para crescer, os Food Truks não poderiam ficar de fora da nossa lista de melhores opções de negócios em 2015. Verifique se a sua cidade já possui legislação para eles antes de qualquer iniciativa.
 

Loja Virtual

O e-commerce é um segmento que vem apresentando taxas de crescimento em torno de 25% nos últimos anos, segundo o relatório Webshoppers da consultoria e-Bit. É sem sombra de dúvidas um dos melhores negócios do momento, desde que seja feito de forma profissional e planejada.
Nossa dica neste segmento é optar por nichos de mercado, onde a competição é menor, e criar um diferencial competitivo através de um bom atendimento e preços que lhe proporcionem uma margem de lucro razoável
 

Agência de Viagens Online

Outro destaque da nossa lista das melhores opções de negócios em 2015 são as agências de viagens online. O crescimento desse tipo de negócio no Brasil tem sido muito grande nos últimos tempos, principalmente para agências que oferecem pacotes personalizados.
Para quem está interessado em ganhar dinheiro na Internet, essa é uma opção de negócio que pode ser montado com um investimento inicial muito pequeno e está inserida em um mercado em franca expansão, pois os brasileiros nunca viajaram tanto.
 

Franquias em Casa

Outra boa opção para ganhar dinheiro em 2015 são as franquias home based, um tipo de franquia que você pode montar em sua própria casa, e que por isso, tem um investimento inicial muito menor do que outras opções de franchising.
Segundo informações da Associação Brasileira do Franchisisng – ABF, este é o segmento que vem apresentando as maiores taxas de crescimento nos últimos tempos.
 

Franquias Virtuais

Ainda no segmento de franquias, não poderíamos deixar de incluir em nossa lista de melhores opções de negócios em 2015 as franquias virtuais, setor que vem ganhando cada vez mais espaço entre os novos empreendedores, principalmente entre aqueles com um bom conhecimento sobre o funcionamento da Internet.
Da nossa lista de negócios promissores, este é um que não exige um alto investimento inicial, podendo inclusive em alguns casos, ser desenvolvido a partir de um home office, e em alguns casos nas horas vagas ou finais de semana.
 

Escola de Idiomas

As franquias de idiomas fazem parte da nossa lista de melhores franquias para se investir em 2015, pois é um mercado em crescimento em função da exigência cada vez maior do mercado de trabalho, pelo domínio de uma segunda ou terceira língua.
São diversas as opções disponíveis e o investimento não chega a ser muito grande. O importante é se associar a uma marca forte e que ofereça um bom suporte aos franqueados.
 

Franquias de Consertos e Reparos

Entre as diversas ideias de negócios no segmento de franquias de nosso site, essa é uma que vem atraindo a atenção de diversos empreendedores, principalmente por ser um negócio que resolve uma deficiência crônica de mão de obra qualificada para reparos domésticos em nosso país.
Foi um segmento que começou tímido, mas que ganhou uma força incrível nos últimos anos. Mais uma vez, o cuidado que você deve ter é pesquisar sobre a franquia, principalmente junto a outros franqueados, para saber sobre o suporte oferecido ao negócio.
 
Agora que você já tem uma lista completa das melhores opções de negócios em 2015, é apenas uma questão de escolher aquele que mais você se identifica e partir para cima dele.
 
Sucesso....

quarta-feira, 4 de março de 2015


O funcionário ideal: você se encaixa neste perfil?

Pró-atividade, iniciativa e ética são qualidades que garantem ao funcionário um lugar ao sol nas empresas.

“O profissional precisa sair de sua zona de conforto e experimentar”.

João faz estágio no mesmo escritório de advocacia há dez meses. Todos os dias, quando chega ao trabalho, ele faz exatamente a mesma coisa: anota na agenda as obrigações do dia, responde seus e-mails, faz algumas ligações e espera ordens do patrão. Por volta das três da tarde, todas as tarefas designadas a ele estão devidamente cumpridas. Sem saber o que fazer, João decide acessar sua rede social favorita. Maria, que trabalha na mesa ao lado, interrompe a diversão e pede ajuda para revisar um processo no qual está trabalhando. De má vontade, já que aquela função não é dele, João ajuda a colega enquanto conta os minutos para o fim do expediente. Quando o relógio marca cinco horas, ele é o primeiro a sair do escritório. Dia após dia, a história se repete. Dia após dia, João espera uma contratação que não chega. Muito provavelmente, não chegará.

O caso é fictício, mas pode parecer familiar para muitos gestores. Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca teve um funcionário sem iniciativa ou perspectivas de crescimento. Da mesma forma, existem profissionais que se veem na situação de João: não sabem o que fazer para se destacar no ambiente de trabalho e, assim, acabam negligenciando a própria carreira e desperdiçando potencial. De acordo com Janaina Manfredini, executive master coach da Effecta, de Blumenau, não saber qual é o seu lugar no mercado costuma ser o pontapé inicial em uma imensidão de problemas. “O profissional precisa sair de sua zona de conforto e experimentar. Não adianta estabelecer uma determinada meta para a carreira e acabar frustrado, ao perceber que aquilo não é o que você imaginou”, declara, em entrevista ao Noticenter.

Segundo ela, traçar um plano estratégico dentro da área de interesse é a melhor forma de saber o que o mercado espera do profissional. “Pesquisa é a palavra ordem. Somente assim é possível descobrir quais são as exigências e competências que a empresa busca em seu próximo funcionário”, aconselha ela. “Iniciativa também é importante, já que os chefes precisam saber que a equipe está apta a tomar decisões por si própria”, acrescenta.

“Isso não é obrigação minha”

Na hora de preencher as vagas disponíveis, muitas empresas avaliam a pró-atividade dos candidatos. A blumenauense Morphy Agência Interativa é uma delas. Analista de Recursos Humanos na empresa, Natália Floriano diz que essa característica é essencial para contar pontos na seleção. “Queremos alguém que trabalhe em equipe, com comprometimento e responsabilidade”, conta. “Criatividade e inovação também são qualidades importantes. Sai na frente o profissional que pensa no coletivo e não se limita ao próprio trabalho”, acrescenta Natália.

Ignorar determinada ordem ou fazer cara feia ao ser orientado a cumprir uma tarefa de fora do seu departamento são atitudes que não transmitem profissionalismo. Enxergar oportunidades e fazer com que elas aconteçam é um sonho da grande maioria dos gestores. “O patrão quer alguém que não dependa dele para absolutamente tudo. O funcionário ideal deixa o chefe bem informado, mas consegue ser independente,”, explica Janaina.

Uma pesquisa realizada pela consultoria carioca Etalent constatou que o DNA do profissional brasileiro é constituído por traços bastante específicos. Segundo o estudo, desorganização e centralização são duas constantes. Além disso, a maioria das pessoas é pouco produtiva e não se interessa pelo resultado que vai gerar num todo, dentro da empresa em que trabalha. “É aí que repousa o erro: na individualidade. É necessário que o profissional pense no impacto que tem o seu trabalho, combinado ao trabalho dos outros, no dia a dia da companhia”, aponta Janaina.

Gestos simples, como ajudar um colega a digitalizar um texto ou atender um telefonema de alguém que não está em sua mesa, podem fazer toda a diferença quando o assunto é pró-atividade.

“Não preciso aprender mais nada”

Engana-se quem pensa que sabe de tudo. Pode acreditar: sempre haverá alguém que sabe um pouco mais que você. E esta pessoa está somente esperando a oportunidade de tomar o seu lugar no mercado de trabalho. “Por isso é tão importante estar em constante aperfeiçoamento. Seja com uma pós-graduação ou um curso de inglês, o bom profissional está sempre atrás de novas competências”, ressalta Janaina.

Pensando nisso, a Morphy investe em capacitação interna. Segundo Natália, esse tipo de iniciativa mostra que a empresa valoriza o profissional. E que, se for comprometido com seu trabalho, ele vai abraçar a oportunidade. “Nosso objetivo é ampliar os conhecimentos e formar uma equipe cada vez mais qualificada. Abrimos espaço para ações em que os próprios colaboradores compartilham o conhecimento”, diz ela. “Também estimulamos eventos e treinamentos externos”, complementa.

Adriaan Vogel, um dos sócios da marca têxtil catarinense Von der Völke, completa o time que acredita no incentivo individual para intensificar o bom desempenho coletivo. “Não importa o segmento, as pessoas são fundamentais. Queremos que os nossos profissionais cresçam conosco e, por isso, oportunizar o aprendizado e o crescimento são ferramentas importantes”, garante.

“Mas foram só cinco minutinhos”

Tanto a Morphy quanto a Von der Völke dizem ser inaceitável a falta de ética na rotina de trabalho. Junto a isso, na lista de atitudes que devem ser evitadas, muitas empresas apontam os atrasos. Afinal, quando é permitido que o funcionário se atrase? De que forma ele deve ser advertido? E o que fazer quando a pessoa tem todo o talento do mundo, mas não consegue cumprir horários?

Foi pensando em solucionar estes enigmas que Adriaan e seus sócios criaram um programa em que o funcionário tem a possibilidade de se autogerenciar. “Nós acreditamos muito que um profissional precisa estar ligado a resultado, não a horário ou formato de trabalho. Então, no início da semana, propomos uma lista de atividades em que cada um tem suas responsabilidades e consegue acompanhar as tarefas compartilhadas e, inclusive, as tarefas dos seus gestores”, explica ele. “Desta maneira, focamos em resultados e permitimos que cada um trabalhe com o tempo da maneira como se organizar melhor”, complementa.

Segundo Adriaan, há pessoas que simplesmente não se adaptam a este tipo de modelo, que precisam de um horário, um acompanhamento mais próximo. “Entendemos essa maneira de trabalhar e não temos nenhum tipo de preconceito com ela. Mas, no momento, esta é a nossa maneira de tentar trazer a qualidade de vida que passamos nas nossas peças para a nossa rotina”, destaca. Para ele, fica claro que uma pessoa é capaz de se autogerenciar quando, por exemplo, é organizada com a própria agenda. “É necessário um controle muito grande sobre o que precisa ser feito e, especialmente, sobre prazos”, finaliza.

Como crescer na crise
Durante recessões, executivos inteligentes não entram em pânico. Ao contrário, fazem apostas aparentemente ilógicas para superar seus concorrentes
Darrell Rigby
A dívida limita o espaço de manobra

 

A complicada situação das finanças brasileiras não deixa espaço para um estímulo econômico financiado por títulos da dívida. Sua dívida pública, hoje equivalente a 66% do PIB, é a mais alta dos países do Bric. Seus títulos rendem 13%, mais do que os da Rússia. E poderão subir ainda mais.

A outra agência de classificação de risco, Fitch, coloca o Brasil um ponto acima em alto risco, mas o País tem uma dívida maior, déficits maiores e juros mais altos do que a maioria dos países que entram nessa categoria. Se o crescimento evaporar, haverá certamente um rebaixamento da nota, elevando ainda mais o custo da dívida.

Essa difícil situação não é incomum, mas os problemas monetários do Brasil são. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, será obrigado a escolher entre duas medidas igualmente odiosas. A primeira é a estratégia da moeda forte: manter os juros altos apesar da economia fraca. A medida sustentaria o real e reforçaria as credenciais do banco na contenção da inflação. 

Mas não só as famílias seriam afetadas pelos juros altos; as empresas também. No conjunto, as grandes empresas brasileiras classificadas pela Fitch registram fluxos de caixa negativos desde 2010. Elas fecharam o hiato reduzindo as economias e emitindo títulos da dívida. A tomada de empréstimos aumentou 23% em cinco anos. Com o risco do aumento da moratória, 20% dessas empresas enfrentam um rebaixamento da sua nota, que em muitos casos é iminente.

Na realidade, uma dura política monetária deveria ser abrandada por uma extensão dos suntuosos subsídios financeiros do Brasil. Bancos estatais como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, de varejo, apresentavam 39% de empréstimos em 2009. Hoje, sua parcela equivale a 55%. Como muitas empresas brasileiras não podem pagar os juros do mercado privado (a média para os novos empréstimos corporativos é 16%), o BNDES empresta a taxas favoráveis, atualmente 5,5%. Isso torna o sistema bancário brasileiro uma operação fiscal, diz Mansueto Almeida, especialista em finanças públicas. O financiamento vem do Estado, que toma emprestado a um juro muito maior do que o pago pelas empresas. Quem arca com a diferença, o prejuízo, são os contribuintes. 

A alternativa para Tombini é cortar os juros apesar do aumento da inflação - uma medida audaciosa, considerando a história brasileira. Afinal, a causa do aumento dos preços não é uma economia superaquecida, mas a queda do real, o aumento dos impostos e a seca. A resposta acadêmica seria ignorar a inflação.

Mas o dinheiro barato também seria doloroso. Acentuaria a desvalorização do real, e desse modo aceleraria os aumentos dos preços dos bens importados. A dívida externa, acumulada pelas empresas e pelos governos locais brasileiros em razão da queda dos juros, se tornaria uma carga mais pesada. 

Os dados coligidos pelo Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês) mostram que as dívidas em dólares subiram de US$ 100 bilhões para US$ 250 bilhões nos últimos cinco anos. Mas o ônus em moeda local subiu muito mais, de cerca de R$ 210 bilhões para R$ 655 bilhões. Aqui também o Estado dá uma mão: o Banco Central oferece contratos de swap para garantir as empresas contra a queda do real. O esquema custou ao banco R$ 38 bilhões somente no segundo semestre do ano passado. 

Diante dessas terríveis opções, será mais provável um caminho intermediário. Os juros serão demasiado elevados para as famílias e as empresas, portanto os financiamentos subsidiados aumentarão. Mas serão demasiado baixos para proteger o real, portanto os custos dos swaps aumentarão também. Ambos os subsídios representarão uma pressão adicional sobre as finanças do governo. Mesclando desse modo a política monetária à fiscal, o Brasil acabará aos poucos tornando ambos ineficientes. Numa economia que caminha para a recessão, este não é um bom lugar para se viver.
 



"BRASIL: um retrato assustador da economia brasileira"

É fácil para o visitante que chega ao Rio achar que não há nada de errado com o Brasil. A classe média com certeza sabe viver: Copacabana e Ipanema distam apenas alguns minutos dos principais centros financeiros e comerciais e de um jogo de vôlei ou o surfe para começar o dia. Os escritórios das corretoras localizados no alto dos prédios têm a visão do Jardim Botânico e dos morros cobertos de vegetação. Mas, mal saímos dos bairros mais ricos, o esplendor desaparece rapidamente. As favelas assoladas pela pobreza e pela violência agarram-se aos morros. O mesmo ocorre com a economia do Brasil: quanto mais profundo é o nosso olhar, pior ela se revela.

O Brasil viu consideráveis altos e baixos nos últimos 25 anos. No início dos anos 90, a inflação subiu acima de 2.000%; desapareceu quando foi introduzida uma nova moeda em 1994. Na virada do século, os déficits do Brasil mergulhavam o País na lama, obrigando o Fundo Monetário Internacional a empreender uma operação de ajuda em 2002. Mas, em seguida, os problemas desapareceram. O Brasil tornou-se um gigante em matéria de crescimento, expandindo-se a uma taxa de 4% ao ano entre 2002 e 2008, enquanto as exportações de ferro, petróleo e açúcar registravam um boom e o consumo interno contribuía com um forte impulso adicional. Agora, o Brasil volta a afundar em problemas. Nos últimos quatro anos, o crescimento foi em média de 1,3%. Uma pesquisa realizada entre 100 economistas pelo Banco Central do Brasil sugere que, este ano, a contração será de 0,5%, seguida por um crescimento de 1,5% em 2016.

Ambos os elementos dessa previsão - uma crise suave e uma rápida recuperação - parecem otimistas. As perspectivas para o consumo privado, que contribuiu para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 50% nos últimos dez anos, são péssimas. Com uma inflação acima de 7%, o poder aquisitivo dos consumidores vai se esvaindo. Os aumentos elevados dos preços continuarão. O Brasil enfrenta uma grave crise hídrica; como 75% de sua eletricidade são gerados por hidrelétricas, a seca deixa o País sem energia. A fim de evitar apagões, o governo pretende reduzir o seu uso elevando os preços: as tarifas aumentarão até 30% este ano. Com uma desvalorização do real de 10% em relação ao dólar somente no mês passado, o aumento dos preços dos importados provocará uma elevação da inflação.

Não há esperanças de que a renda disponível acompanhe esse ritmo. Um dos motivos é a produtividade do trabalhador brasileiro, que não justifica maiores aumentos. Nos últimos dez anos, os salários do setor privado cresceram mais rapidamente do que o PIB; os dos trabalhadores do setor público, privilegiados em muitos sentidos, tiveram uma evolução ainda melhor. Como o salário mínimo brasileiro está indexado ao PIB e à inflação, uma recessão congelará o valor real dos pagamentos dos milhões de trabalhadores que vivem dele.

Além disso, a austeridade também terá consequências profundas, porque o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai procurar equilibrar as contas. Se Levy reformar o generoso sistema das pensões estatais, a renda dos brasileiros mais idosos congelará.

O pagamento da dívida contribui para os problemas. O total dos empréstimos ao setor privado saltou de 25% do PIB para 55% nos últimos dez anos, com a dívida das famílias equivalente a cerca de 46% da renda disponível. As famílias brasileiras estão muito menos endividadas do que as italianas e as japonesas. Entretanto, os preços desses empréstimos são altíssimos. Oitenta por cento deles referem-se ao crédito ao consumidor, cujo custo chega a ser punitivo (os juros médios dos novos empréstimos chegam a 27%, segundo o Banco Central). 

Quando se soma o pagamento do principal da dívida, o serviço da dívida chega a 21% da renda disponível. Com a redução do ritmo da economia e com a relutância do Banco Central em reduzir as taxas de juros por causa da inflação elevada, os consumidores sentirão o aperto, diz Arthur Carvalho, do Morgan Stanley. No dia 25 de fevereiro, uma pesquisa mostrou que a confiança dos consumidores atingiu o ponto mais baixo dos últimos dez anos.

São poucas as fontes de demanda capazes de compensar essa situação. Os investimentos, que subiram durante oito dos dez anos até 2013, muitas vezes a uma taxa considerável, despencarão em 2015. A Petrobrás, empresa de economia mista, a maior investidora do Brasil, está atolada num escândalo de corrupção que paralisou os gastos e deverá custar até 1% do PIB em investimentos estrangeiros perdidos. No dia 24 de fevereiro, a agência de classificação de risco Moody’s cortou a nota da estatal para grau especulativo; se a Petrobrás não publicar dentro em breve seus resultados auditados, poderá ficar totalmente impossibilitada de tomar dinheiro emprestado.

Exportar não é solução, apesar da queda do real. Cinco países - China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Alemanha - adquirem 45% das exportações brasileiras. Há dez anos, o crescimento médio do PIB dessas economias, proporcional ao seu peso no comércio brasileiro, era 12%; este ano, 5% seria ótimo.

Entretanto, a maior preocupação não é que o Brasil tenha um ano ruim, mas que as alavancas emperradas de sua política levem o País ao marasmo. Em 2014, o Brasil gastou R$ 311,4 bilhões (6% do PIB) com o pagamento dos juros, um aumento de 25% em relação a 2013.

Isso significa que, mesmo se as medidas que o ministro Levy adotar na área fiscal chegarem a funcionar - o seu objetivo é um superávit primário de 1,2% do PIB -, o Brasil nem chegará a sair do vermelho. Tem sido difícil controlar os gastos, porque os pagamentos dos benefícios aumentam apesar da redução do desemprego. Numa recessão, isso será mais difícil ainda.